terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Resenha: O Santo Homem


Ficha do livro
Titulo: O Santo Homem
Autora: Susan Trott
Editora: Best Seller
Páginas: 145








          
          Este é o meu livro de cabeceira, aquele que me distrai toda vez que não tenho nada novo para ler ou me inspira quando preciso de motivação para seguir em frente. Perdi o número de vezes que li a história do Santo Homem, tampouco saberei dizer quantas vezes mais repetirei a leitura, mesmo conhecendo de cor e salteado suas passagens, nunca me cansarei de ler as lições do santo homem, as 145 páginas deste livro sempre me revelam uma nova sensação.

          O livro conta as várias histórias que acontecem no alto de uma montanha em torno do eremitério. Uma casa de madeira de dois andares, pintada de branco, simples e sóbria, sem qualquer adorno. Nela vivia o monge Joe, “uma criatura pequena de aparência indescritível”, mais conhecido como santo homem.

         No início o eremitério recebia poucas pessoas, depois cada vez mais peregrinos, todos em busca de ver o Santo Homem. Então formou-se uma longa fila em torno da montanha. Quando a porta do eremitério se abria, o próximo peregrino era recebido pelo santo, no entanto até este momento o visitante não sabia quem ele era e ansiosamente dizia: "Eu vim ver o santo!".


          O peregrino seguia Joe casa adentro, em poucos minutos eles cruzavam o andar térreo e então chegavam numa porta igual àquela por onde havia entrado. O monge abria a porta e dizia: "Adeus". O visitante desapontado reclamava: "Mas eu vim ver o santo". E o santo respondia com delicadeza: "Você me viu” e às vezes acrescentava “Se você olhar para todas as pessoas que encontrar como se elas fossem sagradas, você será feliz”. Esta é a primeira lição...!

          Em “O Santo Homem” a história de cada peregrino revela uma verdade. Uma verdade que pode ser sua, do seu vizinho ou do seu irmão. Desate o nó das angústias cotidianas da vida e descubra as coisas boas que existem em cada um de nós com esta emocionante, sensível e inspiradora obra.
         Para aguçar sua curiosidade, para que você possa se deliciar deixo uma das histórias contadas no livro, particularmente uma das minhas preferidas.

Os Amantes

            Joe abriu a porta para os amantes, de mãos dadas como se fossem inseparáveis – Olá, santo homem – eles o saudaram, porque os amantes, as pessoas felizes, inerentemente boas, pareciam não ter dificuldades em reconhecê-lo. – Nós nos conhecemos na fila - disseram – e nos apaixonamos. Não é maravilhoso? Vamos nos casar. Já aconteceu uma coisa como essa aqui, antes?
            Joe sorriu, pois acontecia o tempo todo.
            - Você vai nos dar a sua benção?
            - Sim.
            Eles se prepararam para ajoelhar aos pés de Joe, mas ele interrompeu: - Não façam isso. Não se curvem. Apenas olhem para mim.
            Eles olharam, desenhando nos lábios um sorriso iluminado.
            - Eu lhes desejo felicidade. Sejam bons um para o outro e para as outras pessoas. Esforcem-se juntos. Continuem a aprender coisas sobre o mundo. Quando estiverem lendo uma revista ou um jornal, pensem se poderia ser um romance ou uma poesia. Percebam que vocês têm pelo menos uma hora por dia nas quais poderiam aprender uma língua ou fazer cálculos. Usem a mente até o limite. A vida passa depressa e, perto do final, ganha velocidade como um trem descendo uma colina. Quanto mais vocês souberem, mais enriquecerão a si mesmos e aos outros.
            - Obrigado. Nós o faremos. Vamos tentar. Podemos pedir mais um favor? Queremos dar ao nosso filho o seu nome. Pode nos dizer qual é?
            - Joe.
            Esse nome simples não parecia nada glorioso para dar ao filho, mas eles fariam o melhor possível.
            Todo casal de amantes acredita que é o único que teve a sorte de se encontrar e se apaixonar no meio da fila de pessoas, mas o santo não podia contar o número de novos amantes que chegava à sua porta de mãos dadas: homens e mulheres, duas mulheres ou dois homens, jovens ou velhos de idades misturadas, raça e nacionalidades diferentes, alguns que nem podiam falar a língua do outro. Era a fila do amor, de paixão. Ele imaginou que o mundo já estivesse bem maior por causa dos pequenos Joes ou Jos legítimos ou adotados, todos filhos da fila.
            Enquanto olhava o casal se afastar pelo caminho, pensou que sempre se esquecia de aconselhar os amantes a pôr as crianças cedo para dormir, de forma que pudessem continuar seu aprendizado. Talvez devesse distribuir panfletos com alguns conselhos esquecidos. Ele podia jogá-los do alto da montanha.
            Poderia também induzi-los a pensar como seria inspirador para os pequeninos se, quando começassem a fazer a lição de casa, vissem os pais também fazendo a sua.

            Tudo o que Joe queria para o mundo era mais bondade menos ignorância. Este, dizia ele aos monges, era o objetivo facilmente alcançável.”





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